segunda-feira, 23 de março de 2009

Olho nossa imagem capturada em um dia feliz. Um dia de dança, de beijos, de conversas, de encontros com outras pessoas, de multidão, de fumar, de deliciar-se com toda a energia presente que estava ali. Tenho vontade de chorar, agora eu tenho vontade de chorar. Tua falta me dói, nem que seja um pouco... Ela dói porque eu tinha me apegado ao sentimento que brotou aqui, ao sentimento que criou ilusões, que criou esperanças... Pensava que seria você o começo de descobrir o que é o amor. Apaziguo-me porque decidi o que penso ser melhor para mim e em matéria de gostar, primeiro eu, depois você, ele, o outro... É difícil conciliar uma alma narcísea como a minha com o doar-se ao outro, mas quando o colorido da paixão chega, eu sempre me disponho e como uma bela menina tola eu me abro como uma flor ou uma borboleta que acaba de nascer. A flor exala aromas agradáveis e se fixa ao amor quando ele dá o seu ar da graça, mas se ela percebe que esse amor é pela metade a borboleta toma o lugar da flor e saí voando por aí até pousar em uma outra paixão. Das paixões é sempre borbulhante sentir e deixar tomar-me por elas, quem sabe uma nova paixão não se transforma no amor, quem sabe... Mas prefiro as leves, as loucas e as livres paixões aos amores que podem me prender, me sugar, me anular... Sou pássaro lilás, vôo em direção ao que quer me rasgar de tanta emoção, mas que sempre, sempre me deixa voar.

domingo, 22 de março de 2009

Não tive teu corpo ao meu, queria expulsar de mim todo esse desejo. Toco-me com a imagem de outros, mas o gozo vem recheado da tua imagem. Dessa imagem eu vou transformar em memória perdida, para que eu possa dar espaço a outras memórias vivas em meu peito. Vou sair por aí dando o meu coração, um prêmio precioso a algum outro que queira me fazer mulher. E hoje sou joguete do destino dando minha cara à tapa a tudo o que ele quiser me proporcionar. Quero expulsar de mim todas as prisões, todas as frustrações, todas as dores de possíveis amores que nunca vivi. E o que é amar? Eu que sou tão tola e nem menos cheguei perto do tal do amor. Quero o submundo, quero outros corpos, quero todos os desejos insaciáveis, quero prostituir-me com todos os meus meninos... Quero um dia acordar e perceber que nem de mim mesma eu fui um dia. Então se tampouco sou de mim, como me prender a um você que tão perdido anda a vagar por aí?

sábado, 21 de março de 2009

''Entregar-me ao êxtase, a todos os meus pecados e aos meus delírios. Jogar meu corpo em uma balsamo santificado de emoções. Tentar saciar todos os meus desejos. Rasgar minha pele, entorpecer minha língua. Travestir todos os meus meninos e brincar com eles. Colocar-me a disposição deles e me transformar em boneca, em prostituta, em mulher, em ninfa... Tudo o mais que eu desejar e possa ser. Preciso de um sinal, preciso de um algum você para cuidar de mim, um alguém em que eu possa pular e sair por aí... A voar.''