quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Espera

E ela espera, porque é o que lhe resta. Mas não espera parada, pois há muito o que se fazer e ela precisa se mexer. Sente nescessidade de... Ler, estudar sobre corpo, escrever, olhar nos olhos dele, dormir só um pouco, sair nua na chuva que já se foi, ensaiar o que há tempos não ensaia... Por esse momento ela quer isso. Daqui há um minuto acrescenta uma vontade a mais... Bocejar e ela boceja. Seus dias nunca são sem graça, pois ela sempre põe emoção aonde está, passa e vai. Estranhamente, ela não se sente tão bem, mas já não se sente tão agoniada quanto antes. Lembrava de uma fala da personagem de um de seus espetáculos preferidos: "- Se eu não me conhecesse diria, aquela ali é louca!''
Resumidamente, por enquanto.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Singular

Quero ir embora. Sinto que o meu grande mundo não me abarca mais e que para estar do meu lado é preciso muita paciência. Porque eu não sou só feita de maravilhosas... Eu também irrito, invejo, desafeto, desalinho... Eu sinto culpa, mas eu quero que essa culpa passe de uma mera sensação e me deixe em paz. Porque eu tenho sempre de agradar? Eu tenho de ser santa? Eu tenho de ser magra? Eu tenho de sempre estar linda? Minha pele inflamada, meu coração torto, meu corpo extra-gordura, meu não padrão, meu desvio, minha loucura... Quero abocanhar tudo, quaze sempre, mas as vezes quero estar só comigo, sem querer nada, apenas estar, apenas ser no meu singular.

Estranha

Sentia-se estranha, a não ser pelas suas afetações emocionais e uma possível falta de, tudo estava bem. Queria não sentir o que achava, pois o que achava lhe era desagradável, a começar porque imaginava em demasia e nem sempre isso era bom. Ela simplesmente não podia ser normal ou sentir bem menos? Não, pois a normalidade não era para pessoas como ela que percebiam e sentiam o mundo de uma outra forma, principalmente o mundo das emoções. Agora ela queria voar, se tocar, beijá-lo, comer doce e adormecer bem relaxada. Queria anestesiar o que sentia de forma ruim. Queria uma droga. Você?

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Para ele:

''Sem jogos ou desusos você simplesmente é e sendo me cativa, me eleva, me toca, me pulsa, me goza, me cheira, me queira a noite nua, pura e crua... Te jogo desejos castos e pagãos. Me mostro curiosa, com sede, com fome... De você, de mim, da nossa energia que me enalteçe.''

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Eu tocaria meu vulcão pensando em toda a sua vontade, e ela quer me lamber... Mas ela não é suficiente para me aboncanhar.
Eu fujo e você vêm atrás, me pega pela cintura, me cheira o pescoço, lambe minha orelha, me diz palavras safadas e eu simplesmente continuo fugindo.
Se você quer precisa me prender e ainda assim me deixar livre... Volto quando quiser.
Beijo em seu desconhecido.
''Li. diz:
....
eu to muito doida e inquieta internamente
e nda passa
mas eu gosto desse estado
- Honório. diz:
Hoje eu tô calmo. Sábado me senti eufórico, depois sufocado. Domingo sufocado, depois trivial, depois alegre, depois calmo.
Hoje: calmo.
...
- Honório. diz:
Hoje: bem. Bem e leve.''

E eu sinto que preciso ser mais banal, para sentir um pouco menos, para ver se essa inquietude gritante me deixa um pouco em paz.
SURTO DE UM HOMEM BOM

"Só há uma razão entre a minha loucura e a minha razão: A minha lucidez. A minha maluques. O meu coqueluche. O surto que se funde na nudez que prossegue a noite e que paira sobre o céu escuro de pequeninas estrelas. A condução é o caminhar e a força está sobre as mãos alertas e gritantes com seu expressionismo que afugenta as minhas dores melancólicas e sórdidas da estrada."

ALEGRIA

"Alegria, alegria é poder estar vivo
fantasia é poder estar alegre
sorrir é estar simplesmente feliz
Feliz é ter amigos
Nada como o abraço do calor humano
a verdade da boca que escancara
da certeza que entristece
da raiva que enlouquece
Na viagem de sonhos
na carruagem de desejos
no amor do apego
na beleza do ego
Sinto-me como um pássaro
uma ave a voar
num céu trêmulo
do azul límpido
Da poesia que se dilata
sai as dores do poeta
da vida desse artista
so resta a alma liberta"

GUILHERME LIMA.
1.
engraçado, fatos ou sentimentos me fazem crer que tudo pode dar errado, mas algo dentro de mim diz que eu possa aproveitar e usufruir ainda mais porque mais importante que eternidades falsas são instantes verdadeiros como os que eu vivo com você e eu conseguiria perfeitamente viver sem a sua presença, mas o raio é que eu gosto dela e ela já me é cara e eu devo calar meu coração?

2.
eu quero jogar no ar tudo o que eu sentir, sorver minhas emoções... Sou lunática e doida varrida e pretendo ainda ser Maria Louca... Gostaria de mais e mais devaneios, eles me excitam!

sábado, 28 de novembro de 2009

Moça sem eira nem beira, artista façeira que mal começa a voar e já pretende-se a vôos enormes. Mas se ''a intensidade é uma doença contagiosa e eu não concebo a vida sem contágios'', como controlar-me? Como me fechar a normalidade? Eu não consigo me contentar com o pouco, porque eu sinto demais e minhas deambulações são do tamanho do meu porte...Dizem que ele é grande e eu também percebo assim. Preocupações inúteis a respeito do meu novo rapaz...Ele me deixa, ele me esnoba? Ou ele volta a me ser todo cheio de afetos e carícias? Meus processos criativos inacabáveis sobre o que quero propôr a arte ou propôr com a minha arte? O grotesco, o corpo desforme, o corpo que dança sem se apoiar em técnica ou uma técnica não tão preenchida ainda... E o que é dançar? E o que é amar? E o que é fazer? Meu deus, eu quero gritar, como Bjork em Hidden Place...

segunda-feira, 23 de março de 2009

Olho nossa imagem capturada em um dia feliz. Um dia de dança, de beijos, de conversas, de encontros com outras pessoas, de multidão, de fumar, de deliciar-se com toda a energia presente que estava ali. Tenho vontade de chorar, agora eu tenho vontade de chorar. Tua falta me dói, nem que seja um pouco... Ela dói porque eu tinha me apegado ao sentimento que brotou aqui, ao sentimento que criou ilusões, que criou esperanças... Pensava que seria você o começo de descobrir o que é o amor. Apaziguo-me porque decidi o que penso ser melhor para mim e em matéria de gostar, primeiro eu, depois você, ele, o outro... É difícil conciliar uma alma narcísea como a minha com o doar-se ao outro, mas quando o colorido da paixão chega, eu sempre me disponho e como uma bela menina tola eu me abro como uma flor ou uma borboleta que acaba de nascer. A flor exala aromas agradáveis e se fixa ao amor quando ele dá o seu ar da graça, mas se ela percebe que esse amor é pela metade a borboleta toma o lugar da flor e saí voando por aí até pousar em uma outra paixão. Das paixões é sempre borbulhante sentir e deixar tomar-me por elas, quem sabe uma nova paixão não se transforma no amor, quem sabe... Mas prefiro as leves, as loucas e as livres paixões aos amores que podem me prender, me sugar, me anular... Sou pássaro lilás, vôo em direção ao que quer me rasgar de tanta emoção, mas que sempre, sempre me deixa voar.

domingo, 22 de março de 2009

Não tive teu corpo ao meu, queria expulsar de mim todo esse desejo. Toco-me com a imagem de outros, mas o gozo vem recheado da tua imagem. Dessa imagem eu vou transformar em memória perdida, para que eu possa dar espaço a outras memórias vivas em meu peito. Vou sair por aí dando o meu coração, um prêmio precioso a algum outro que queira me fazer mulher. E hoje sou joguete do destino dando minha cara à tapa a tudo o que ele quiser me proporcionar. Quero expulsar de mim todas as prisões, todas as frustrações, todas as dores de possíveis amores que nunca vivi. E o que é amar? Eu que sou tão tola e nem menos cheguei perto do tal do amor. Quero o submundo, quero outros corpos, quero todos os desejos insaciáveis, quero prostituir-me com todos os meus meninos... Quero um dia acordar e perceber que nem de mim mesma eu fui um dia. Então se tampouco sou de mim, como me prender a um você que tão perdido anda a vagar por aí?

sábado, 21 de março de 2009

''Entregar-me ao êxtase, a todos os meus pecados e aos meus delírios. Jogar meu corpo em uma balsamo santificado de emoções. Tentar saciar todos os meus desejos. Rasgar minha pele, entorpecer minha língua. Travestir todos os meus meninos e brincar com eles. Colocar-me a disposição deles e me transformar em boneca, em prostituta, em mulher, em ninfa... Tudo o mais que eu desejar e possa ser. Preciso de um sinal, preciso de um algum você para cuidar de mim, um alguém em que eu possa pular e sair por aí... A voar.''

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Loly pousou os seus desejos aonde bem queria. Dos desejos pousados em alguém nascia uma noite festiva de corpos entrelaçados que sempre esvaia-se ao amanhecer. Olhava uma última vez os meninos que dela se despediam e via que não, não era o amor que eles queriam encontrar nela, e sim, apenas um corpo do qual por algumas horas eles também pousariam os seus desejos. Nos momentos de enlace, seu corpo se enchia de sensações como numa festa e, por mais que em algum momento ela pudesse sentir o vazio, uma enorme necessidade de viver a cutucava e sabia que pressionar a algo não a faria viver o amor como ela sonhava em viver, de forma livre e que a virasse de ponta a cabeça para que ela saisse rodopiando por aí...do rodopio viriam danças ora quentes ora suaves e nesse meio termo, quem sabe o amor viesse dar o ar da graça.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Eu sinto um misto de coisa dentro que quer passar para fora. Sinto uma enorme necessidade de alguém, sempre, mesmo sentindo ou tendo aprendido a conviver com a falta de um alguém. Não sinto que tive relacionamentos, apenas momentos com alguns...intensos, a maioria gostosos...mas não se têm a constância que eu queria que tivesse. Queria de uma forma livre e leve, acho que se for p/sentir um peso, eu prefiro só viver momentos mesmo, mesmo que volte sempre p/mim, sempre a me perceber só ou vazia de alguém. Sinto mesmo uma enorme fome do outro, de sentir a língua enroscando-se a minha, de sentir o corpo colado junto ao meu e sentir a excitação que nasce em meu sexo...engraçado, ainda há tantos caminhos a percorrer e descobrir e mesmo com uma anciedade latente, hoje eu me permito a não ficar mais tão colada, a não ficar mais tão em cima, a não pressionar a mim e ao outro...só eu sei o quanto me controlo. Faço porque quero ou porque ache que precise.Também acho que crio demais. Não gosto mais de parar para pensar no que ando fazendo ou vivendo sem pensar na hora. Gosto mesmo é de sentir as sensações que tive ou lembrá-las, mas quando passa para o pensamento é chato e me cansa. Quero viver, sempre e mais.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

O lobo despiu a menina com seu olhar quente, seus pensamentos voantes, seus desejos sujos... Pousou a imaginação aonde bem queria, usou-a como bem queria, aliás, os dois se usam quando bem entendem e o jogo interessa por ser livre e despudorado assim mesmo. Ela queria se descobrir nos caminhos do sexo, ele queria as aventuras dos caminhos percorridos... Quando ele abocanhou-a, todo o seu corpo estremeceu, e o gozo novo de menina inexperiente e cheia de prazer invadiu-a como um raio certeiro e forte. Ela não queria saber de definições e muito menos de questões racionais, apenas queria deixar os is tintos falarem mais alto, pois achava que a vida era bonita demais para ser enclausurada como já havia sido antes. Sentia o seu corpo uma dança, que quando se encontrava com o dele vivia a festejar e sente uma leveza enorme, uma estranheza também e o quão bom é viver isto.