domingo, 30 de março de 2008

Sempre a realidade é de uma forma como eu não quero, sempre...eu sonho, imagino, desejo...me doi no peito não ser como quero e eu sei, ei de me adaptar a isto, estou. Sinto que de certa forma estou dando adeus a coisas das quais eu não quero, sinto que irão modificar-se...''eu estou em busca de mim mesmo não sabendo o que isto significa exatamente''...velho saindo e novo entrando...mas esse velho fez parte de mim, do que eu vivi...eu volto as recordações e sentimentos e não é fácil dizer adeus...''não, não me deixe só, por favor não me deixe só''...''olha para mim, olha para mim, decora o meu rosto''...não, não olha, eu não quero que você olhe...já basta eu ter de olhar a mim e perceber-me...fiquei estática diante ao espelho: longe eu senti um afastamento de mim, senti que o meu rosto não era completo, perto eu só conseguia olhar profundamente e ver os olhos encherem-se de lágrimas, eu queria explodir isto mas eu só conseguia deixar vir como viesse e eu me senti tão estranha, tão indiferente mesmo que sentindo...eu não sei se o que eu sinto é real ou inventado...mas faz parte de mim...eu não sei se eu quero deixar, mas ao mesmo tempo eu quero...eu já não mais quero me entender...''você gasta muita energia"...gasto mesmo...''como eu sou engraçada, se eu me olhasse na rua diria: aquela ali é louca!'' (risadas interiores)...agora eu só queria alguém que pudesse dividir a sua dor com a minha assim como Ele...Ele é tão Ela ao mesmo tempo e eu tenho tanto dos dois em mim, mas acho que Ela é muito de uma impregnada em mim...eu não queria, queria?! eu vou deixar, eu quero deixar...''ei, quê que cê tah fazendo? você tah me constrangindo...eu vou cair, eu vou cair, eu vou cair''...deixa eu cair, e me pega por favor...eu exagero nas coisas, no expressar das minhas emoções e eu escondo também, escondo muita coisa...eu sinto as pessoas diferentes, eu crio elas a mim como me convêm e elas não são nada daquilo que eu queria...sinto como se não as sentisse...ultimamente eu sinto um carinho que eu sempre quiz, mas sinto como se não me tocasse...eu não me permito, eu não me permito...''e eu ainda me dou o direito de chorar''...tudo revirado aqui, tudo ao avesso...eu não sei mas quem eu sou porque na verdade eu sempre me criei então eu nunca fui nada ou apenas personagens...extremamente sensorial e eu quero assim...''o que passa não é essa praça, o tempo...o que passa somos nós''...e estou EM PASSANT: mais uma vez e tudo comeca, tudo gira, tudo repete-se...a cena do começo com a cena do final, o balanço vazio, o balanço cheio, o cachecol vermelho, o menino-homem de não falar tanto, a moça-senhora que fala tanto...a atriz longe, o ator perto, o escritor que me deu um presente, o pisca pisca dos refletores...eu chorando, eu rindo, o meu amigo olhando para mim como que dizendo ''você é isso'', amigos que eu não via a um tempo, novas sensações- menos catarze, mais reflexões e sentimentos profundos...clarice...não não acabou, não têm fim...''o não texto que pode ser completado''...deixa eu subir no palco, é muito de mim que está aí...''eu não sei em que momento eu me deixei para tráz''...mas o que eu deixe está indo embora, não pertence mais a mim e o que pertence? (respiração)...fluxo...passagem...efêmero...''só fale se for para melhorar o silêncio''!

*Foto da peça EM PASSANT...sensações!

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